Dos cerca de 7,1 milhões de candidatos que se inscreveram no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013, 5,05 milhões fizeram a prova
nesse final de semana.
O gasto com os cerca de 2 milhões que não
compareceram à prova é aproximadamente R$ 58 milhões.
O número
corresponde a 58% do custo de R$ 49,86 por candidato.
A porcentagem é
estimada pelo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Claudio Costa.
Costa explica que custos com a correção da redação ou com o
transporte são mantidos independente do número de candidatos que fazem o
exame. Há desperdício com a impressão das provas e a contratação de
pessoas para trabalhar no Enem. A taxa de abstenção tem se mantido ao
longo dos últimos anos. No ano passado, o percentual dos alunos que não
fizeram a prova foi 27,9% – dos 5,6 milhões inscritos, 4,17 milhões
compareceram. No entanto, com o aumento do número de candidatos a cada
ano, o número total de faltosos também aumenta, levando a mais gastos.
“Isso representa um custo para o país e estamos trabalhando para
reduzi-lo”, diz. Costa explica que possíveis medidas punitivas aos
candidatos que não comparecerem à prova esbarram na lei. Se o candidato
for de baixa renda não é possível cobrar a taxa de inscrição. No caso,
do Enem, egressos do ensino médio em escola pública também não pagam.
“Se o estudante não comparece a um exame e está dentro desse perfil, eu
não posso cobrar dele a taxa no exame seguinte. Está na nossa pauta,
estamos analisando para ter uma medida estruturante, mas essa medida
exige alterações legais”.
Independente do número de pessoas que não compareceu ao local de
prova, o que é arrecadado com o exame não é o suficiente para pagá-lo.
Neste ano, mais de 65% foram isentos da taxa de R$ 35. O ministro
Aloizio Mercadante disse em diversas ocasiões que, ainda assim, o Enem é
mais barato que vestibulares convencionais. Além disso, ele estima, que
o exame leve a uma economia de R$ 5 milhões por instituição que adere
ao Enem como forma de seleção.
Para Costa, o Enem consolidou-se no país como um exame de acesso ao
ensino superior e políticas públicas, como intercâmbio acadêmico pelo
Ciência sem Fronteiras, financiamento estudantil e acesso ao ensino
técnico. “O Brasil decidiu que o Enem é importante. Vemos isso pelo
número de inscrições maior a cada ano”, diz. No ano passado e neste ano,
não houve vazamentos de questões ou de gabaritos. Com mais segurança, o
Inep volta-se para outras questões. “Temos que ter mais diálogo com o
ensino médio, mais discussões pedagógicas, isso tem que ser feito para o
Brasil caminhar cada vez mais”.
O gabarito do Enem será publicado até o dia 30 no site do Inep. O
resultado final deverá ser divulgado na primeira semana de janeiro.
Somente no ano que vem, as escolas de ensino médio receberão os
resultados do desempenho dos alunos. Segundo o presidente, até dezembro
deste ano, os centros de ensino receberão os resultados de 2012.
“Isso é fundamental e faz parte do diálogo com as escolas. Elas vão
ter todo o mapa dos estudantes em cada uma das áreas de conhecimento e
na redação. Com o mapa, a escola vai ver as potencialidades e planejar
uma intervenção pedagógica para melhorar o terceiro ano e fazer uma
reflexão do ensino médio”, diz Costa.
Fonte: Agência Brasil
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