quarta-feira, 14 de agosto de 2013

938 profissionais do país confirmam presença no Mais Médicos

Dois meses após um período intenso de manifestações em todo o país, nas quais melhorias na saúde pública eram tema recorrente dos protestos, o balanço final da primeira chamada do Programa Mais Médicos, que teve o lançamento acelerado para dar uma resposta às ruas, será divulgado hoje. 

Já existem 938 profissionais formados no Brasil que confirmaram participação no programa. Nesta quarta-feira será conhecido o número de estrangeiros e de brasileiros formados no exterior que aderiram à iniciativa. 

A lista deveria ter saído ontem, no entanto, o Ministério da Saúde aumentou em um dia o prazo para médicos estrangeiros e com diploma no exterior confirmar interesse em participar da iniciativa.


Se todos os profissionais formados no exterior homologarem as inscrições, o número total de participantes vai a 2.020, o correspondente a 13% da demanda. Paralela à situação, foram intensificados os rumores de que 6 mil médicos cubanos chegarão em breve. Em curso desde maio, a negociação com Cuba teria sido suspensa temporariamente por falta de acordo sobre vínculo empregatício, ponto que está sendo resolvido pelo governo brasileiro.

Dos 15.460 profissionais demandados por 3.511 municípios brasileiros no Mais Médicos, apenas 938 profissionais formados no Brasil (6%) foram selecionados na primeira etapa. Eles começam a trabalhar em setembro. Outros 715 formados em instituições do exterior e mais 367 médicos do Brasil também indicaram cidades para trabalhar. Hoje será divulgada a lista de quantos homologaram a inscrição. O prazo foi adiado em um dia para os profissionais com diploma estrangeiro porque, segundo o Ministério da Saúde, alguns médicos não foram alocados, por falta de vagas. Por isso, tiveram mais um dia para resolver a situação.

Ao inaugurar uma fábrica de medicamentos em Itapira (SP) ontem, a presidente Dilma Rousseff falou novamente sobre a necessidade de levar médicos a locais carentes, e disse que se trata de um desafio nacional, que atinge até São Paulo, o estado mais rico do país. No Congresso, a comissão mista que analisará a Medida Provisória 621, que instituiu o programa, foi instalada ontem, mas por falta de acordo, o relator e o presidente só serão definidos hoje.

Diante da demanda não preenchida, a presidente afirmou que “não faltará” vontade política para resolver o problema da falta de médicos. “Nós temos o desafio urgente de eliminar os vazios assistenciais que existem no Brasil. Em 700 municípios, vocês sabem, não há um único médico. Em 1,9 mil, há menos de um médico por 3 mil habitantes. E o governo federal tem consciência de que nós precisamos aumentar o número de profissionais na periferia das grandes cidades, no interior do país e nas regiões Norte e Nordeste”, afirmou Dilma.

Ontem, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que não tem como o programa “ser respondido só com médicos brasileiros”. “Isso já se sabia. No entanto, espero que mais médicos se disponham. É um programa que tem tutoria, supervisão, que paga R$ 10 mil, mais apoio e mobilidade para quem vai para o Amozonas, por exemplo.”

Manifestação
Um protesto intitulado 2ª Via Sacra de Luta pela Saúde reuniu cerca de 50 pessoas ontem, em São Paulo. O grupo saiu do Centro da cidade em direção ao Hospital Sírio-Libanês. No local, houve um princípio de confusão. Os manifestantes tentaram entrar no centro de saúde pelo pronto-socorro, mas foram reprimidos pela polícia, que usou gás lacrimogêneo.

 A instituição reclamou, em nota, do rumo que o protesto tomou. “O Hospital Sírio-Libanês lamenta que, mais uma vez, as manifestações por melhorias na área da saúde estejam acontecendo dessa forma, em prejuízo do bem-estar de pacientes que merecem respeito.” Na última quinta-feira, também houve protesto em frente à unidade. 


Fonte: Pernambuco.com

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